quinta-feira, 18 de abril de 2013

Contratação de Dedé pelo Cruzeiro ajuda a desmitificar a espanholização do futebol brasileiro

Cruzeiro anuncia contratação de Dedé (Foto: Reprodução/Cruzeiro)
O Cruzeiro anunciou na última quarta-feira a contratação do zagueiro Dedé, ex-Vasco. O defensor, que já foi convocado para a Seleção Brasileira em 17 oportunidades, era pretendido por Corinthians, São Paulo e alguns clubes do exterior. Além de reforçar a equipe dentro de campo, o novo jogador cruzeirense ajuda a quebrar a tese de espanholização do futebol brasileiro.

Desde 2011, quando o então presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, implodiu o Clube dos 13, as equipes brasileiras passaram a negociar os contratos com a televisão de forma separada. Dois anos depois, uma das teses que mais foram ditas por especialistas do ramo era que o futebol brasileiro sofreria um processo de espanholização. Com Flamengo e Corinthians se transformando em Barcelona e Real Madrid das terras tupiniquins. Assim como os times do velho continente, os dois clubes passaram a receber cotas muito maiores da televisão.

Como já dito acima, o clube mineiro venceu o Corinthians, um dos pilares da espanholização, e o São Paulo, outro time que tem cota maior da TV do que a azul, na disputa por Dedé. E não para por aí, se analisarmos os elencos dos doze clubes grandes muitos têm jogadores que seriam titulares com facilidade no Flamengo ou até mesmo no Corinthians, que tem uma equipe muito mais estruturada que o clube carioca.

Espalhados por aí temos, André Santos, Kléber, Fernando e Zé Roberto no Grêmio. Forlán, D’Alessandro e Leandro Damião no Inter. Ronaldinho, Bernard, Diego Tardelli, Réver e Victor no Atlético. Diego Souza, Everton Ribeiro, Dagoberto e o próprio Dedé no Cruzeiro. Todos esses atletas jogariam com certa facilidade em clubes paulistas e cariocas, os detentores das maiores receitas provenientes da TV.

Ou seja, até o momento o processo não alterou muito o nosso futebol e a contratação de Dedé pelo Cruzeiro só comprova que, no Brasil, o esporte dificilmente se resumirá a duas ou três equipes

Escrito por Samuel Santos